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Evangelho - Lc 1,39-45
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa,
dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia.
40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.
41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
a criança pulou no seu ventre
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42Com um grande grito, exclamou:
'Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!'
43Como posso merecer
que a mãe do meu Senhor me venha visitar?
44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos,
a criança pulou de alegria no meu ventre.
45Bem-aventurada aquela que acreditou,
porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu.'
Reflexão
Daqui a cinco dias será Natal e a liturgia, depois de ter nos apresentado o precursor João Batista (segundo e terceiro domingo do Advento), nos oferece a possibilidade de meditar sobre a figura da mãe de Deus, como última etapa em preparação ao nascimento de Jesus.
 
Quero fazer um paralelo entre o Evangelho de hoje e o Ano Santo da Misericórdia que começou alguns dias atrás, para demonstrar que o Natal e o Ano Santo são duas expressões de uma mesma vontade de amor. “Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia” (Lc 1,39), assim começa o Evangelho de hoje que é a continuação da anunciação que Maria recebeu pelo anjo Gabriel (Lc 1,26-38). Qual é o significado do advérbio apressadamente? Maria recebeu um anuncio “perturbador”: ”Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, [...] o Santo que nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1,31.35). Tal anuncio é como uma “reviravolta” que transforma a vida. Nós também recebemos “uma grande alegria, que será para todo o povo” (Lc 2,10): o anuncio do Jubileu Extraordinário da Divina Misericórdia. O dia 13 de março papa Francisco agiu como o anjo Gabriel anunciando algo que ninguém estava esperando e que superou todas as expectativas. O advérbio “apressadamente” significa que o anuncio recebido “inflama” o coração, a alma e as forças (Dt 6,5), ou seja, “liga” a pessoa na totalidade do seu ser. Estou convencido que nenhum cristão ficou indiferente quando ouviu o anuncio do papa Francisco. Apressadamente para onde? Para o lugar onde se concretiza o anuncio. Para Maria a casa de Elisabete (“Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril” Lc 1,36). E para nós? Qual é o lugar onde se concretiza o anuncio do papa Francisco? Toda igreja onde há a Porta Santa. No domingo passado participei da missa em que foi aberta a porta santa na minha diocese e entendi muito bem o que significa dirigir-se a caminho apressadamente até atravessar a porta santa. Vamos agora analisar a reação de Elisabete:“Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre.Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,44-45). Temos aqui duas atitudes importantes: a alegria (de Deus) e a (nossa) bem-aventurança. Chegando a destinação Maria encontrou Elisabete que estava esperando-a. Quem nos está esperando? Deus. Como o pai daquela parábola (Lc 15,11-32) Deus está esperando cada um de nós e quando Ele nos verá chegar irá encher-se de compaixão, correrá e se lançará ao nosso pescoço, cobrindo-nos de beijos (Lc 11,21). A alegria de Deus se tornará a nossa também porque a partir daquele momento seremos bem-aventurados: porque acreditamos nas suas palavras, porque se cumprirá o que o Senhor prometeu, porque teremos realizados aquele encontro que vale uma vida inteira. È nos dada a possibilidade de preparar-nos ao Natal através de um Jubileu extraordinário e depois ter um ano inteiro para vivenciar uma relação nova (o fruto do jubileu) com aquele Deus que por nosso amor se fez carne (o mistério do Natal). Vamos aproveitar dessa ocasião que nos é oferecida porque mais uma vez Deus vai “esquecer-se” do nosso pecado e vai abraçar todo homem e toda mulher no abraço da sua Misericórdia. Na primeira leitura o profeta Miquéias nos diz: “[Deus] apascentará com a força [...] e com a majestade [...]; os homens viverão em paz, pois ele agora estenderá o poder até aos confins da terra, e ele mesmo será a Paz” (Mq 5,3-4). A cada um de nós a “tarefa” de descobrir na própria vida essas maravilhas da misericórdia de Deus. Um bom Jubileu a todos.