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EVANGELIZAR EDUCANDO

 

 

Evangelho e educação

47.     A educação, para o religioso da Sagrada Família, é a forma mais própria de viver e testemunhar o Evangelho. Através dela ele anuncia que a realização mais perfeita do homem consiste em configurar-se ao homem perfeito que é o próprio Cristo.

48.     “Cristo que è o novo Adão, justamente ao revelar o mistério do Pai e do seu amor revela também plenamente o homem ao homem e lhe da a conhecer a sua altíssima vocação. Jesus trabalhou com mãos de homem, pensou com mente de homem, agiu com vontade de homem, amou com um coração de homem. Nascendo da Virgem Maria, ele se fez verdadeiramente um de nós em tudo semelhante, menos o pecado”.

49.     Os religiosos da Sagrada Família, fiéis ao convite da sua fundadora de “estudar Jesus”, se esforçam em fazer própria a forma humana de viver de Jesus Cristo, renunciando a si mesmos e assumindo a cruz como modo de amar os outros até o fim, imitando seus próprios sentimentos e o seu estilo educativo. Isso significa ser capazes de aludir a Cristo com a palavra e o testemunho de vida, de abrir para compreensão do mistério, de fazer perceber a vida como uma vocação.

50.     O modo de educar de Jesus assume traços normativos por cada cristão e mais ainda para um educador Sagrada Família: a sua perfeita coerência entre palavra e ação, o seu testemunhar através dos gestos, da abertura indiscriminada diante de cada homem, o cuidado pelos pequenos e pobres, a linguagem das parábolas.

51.       Este estilo comunicativo relacional de Jesus, as parábolas, é o mesmo que tomou conta da nossa fundadora, porque o uso das imagens claras e concretas facilmente imprime-se no coração das pessoas simples a respeito, então, ela frisava: “para inculcar os seus preceitos, Jesus, escolheu a parábola que de rapidamente imprime-se no espírito do povo”.

 

A educação da pessoa

52.     O fim de cada ação educativa do educador Sagrada Família é a educação da pessoa na sua integridade. Por pessoa entendemos o sujeito, que “tem fome e sede do ser” e este empenhado na “conquista da liberdade”. Por educação integral entendemos a promoção de todas as potencialidades humanas: físicas, emotivas, cognitivas, sociais, espirituais e religiosas.

53.     “A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, movido e levado por convicção pessoal, e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. Mas esta dignidade, o homem a consegue quando, liberado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem, e procura eficazmente os meios aptos com sua diligente aplicação. Esta ordenação a Deus da liberdade do homem, ferida pelo pecado, não pode tornar-la plenamente ativa se não através o auxilio da graça de Deus”. GS 17.

54.     Nenhuma condição humana,  tal como pobreza, raça, religião, deficiência, doença ou outra, diminui ou reduz a dignidade de uma pessoa, pelo contrário, o estado de necessidade interpela de modo ainda mais audaz  a manifestação de uma proximidade humana

55.     A tarefa do educador Sagrada Família é testemunhar, com o perfil específico da cultura antropológica cristã, que o bem-estar psicofísico e espiritual de cada pessoa está na oportunidade de crescer o mais serenamente possível numa família e/ou num lugar educativo que se coloca ao lado dela para sustentá-la, iluminar e socorrer seu esforço formativo, porque este é o contexto mais idôneo para cada homem experimentar  o amor e ser habilitado para se exprimir através de uma doação de amor.

56.     A educação da pessoa tem no amor o seu meio e o seu fim.

 

A laicidade e o Evangelho

57.     O serviço educativo oferecido pelos centros educativos e pela escolas da Sagrada Família tem um profundo caráter leigo. Enquanto guarda a inspiração cristã do seu empenho educativo, não se exime de cultivar a abertura “à universalidade  e ao mistério” de cada pessoa.

58.     A verdadeira laicidade manifesta-se em prestar socorro aos outros, todos, sem possuí-los, catalogá-los, usá-los. A Cerioli, Fundadora da Congregação da Sagrada Família, exprimiu na concretude de seu testemunho este tipo de laicidade. Inspirando-se ao mistério da Santa Família de Jesus Maria e José, lutou corajosamente para socorrer, para afirmar a  igual dignidade de cada criatura indiferentemente da própria origem (todos filhos do mesmo Pai), para ir aos últimos sem futuro, para aprender a escutar deles o valor e o sentido do aspecto da solidariedade da existência humana.

59.     Em nome desta laicidade cada situação gerenciada pela Sagrada Família acolhe indistintamente a todos, independentemente de religião, pertença social ou política, e de condição econômica.