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A abertura da Congregação da Sagrada Família de Bergamo à “missão”, em 1951, foi o grande mérito da audácia e previdência de Pe. Leonardo Cusatis, Superior Geral de então. Com efeito ninguém Congregação até então tinha falado em missão, também como ainda faltava muito tempo ao apelo que mais tarde o Concílio Vaticano II iria lançar a toda Vida Religiosa para assumir as urgências do Terceiro Mundo. Pe. Leonardo, na época, estava gestando um verdadeiro momento de graça na história quase centenária da Congregação. Pois o seminário, iniciado em 1929 pela providencial teimosia do saudoso Superior Geral, Pe. Angelo Orisio, proporcionara na década soa anos 40 a ordenação sacerdotal de uns vinte novos jovens Padres. Uma grande benção, sim, mas ao mesmo tempo, um verdadeiro desafio para empregá-los duma forma adequada, devido ao número então bastante reduzido das Casas e das atividades da Congregação. Próprio no mesmo ano, 1950, em que a Congregação estava vivendo a euforia da beatificação se sua Fundadora, a Bem-aventurada Paula Elisabete Cerioli, apareceu de repente um ensejo tão inesperado quanto providencial, que foi logo percebido como sinal de que a Fundadora, do Céu, continuava acompanhando a caminhada de sua Obra na terra. Diretamente do Vaticano chegara à Congregação um pedido de empenho missionário no Brasil. Pe. Leonardo aproveitou logo da oportunidade que lhe proporcionava, superara o grande impasse e no mesmo tempo abrir a Congregação a novos e promissores horizontes. É preciso logo ressaltar, a honra da verdade, que Pe. Leonardo, acolhendo o pedido da Santa Sé, estava bem consciente de agir na plena finalidade dos fins queridos pela Fundadora, a respeito do socorro aos das jovens gerações camponesas desamparadas. E o que há de mais surpreendente nesta decisão é o fato Pe. Leonardo realizar ao mesmo tempo o sonho da própria Fundadora de ver afinal “sua pequena família crescer muito e muito até espalhar-se mundo a fora à maior glória de Deus e como benção da humanidade.” A proposta, apresentada pela Santa Sé também a outras Congregações, visava a disponibilidade de colocar sacerdotes como assistentes espirituais numa instituição filantrópica da Sicília, que pretendia contribuir na solução dos graves estragos deixado no rasto territorial da segunda guerra mundial há pouco terminada. intuito era de levar jovens órfãos camponeses ao Brasil para proporcionar-lhes a possibilidade de refazer-se um futuro digno e promissor, trabalhando em fazenda daquele país. A organização se honrava de levar o nome do próprio Papa, Pio XII, que desta forma se tornava seu alto promotor. Gozava do apoio irrestrito dos governos italiano e brasileiro, enquanto a aristocracia de São Paulo, na maioria expressão da primeira imigração italiana no fim de 1800, acatara a iniciativa com entusiasmo. A companhia de navegação genovesa “Costa” arcou todas as despesas da expedição. assim que a Congregação aportou em Santos aos 24 de maio de 1951 com três Padres junto com o Superior Geral para cuidar de uma de mais de cem jovens órfãos. Primeiro destino foi Embu, não muito longe da capital São Paulo. Pouco depois toda a turma foi dividida em três grupos, cada qual confiado aos cuidados de um Padre, para trabalharem em diversas fazendas. Parecia mesmo que tudo estava dando certo. Infelizmente não foi bem assim. Rivalidades dentro da própria organização e, pior, interesses nada condizentes com as nobres idealidades conclamadas fizeram com que em breve aquela iniciativa tão promissora desabasse. Os Padres ficaram com os jovens emigrantes, até as suas definitivas sistematizações, realizada por conta do Consul italiano em São Paulo. A continuação da história da missão Sagrada Família no Brasil é obra só Daquele que, conforme o ditado brasileiro, a saber “escreve certo em linhas tornas.” A Providencia encontrou para a realização de seu secreto projeto, um fiel e teimoso colaborados em Pe. Romeo Mecca, um dos três Padres da infeliz expedição. Por quinze longos anos Pe. Romeo, sozinho, aguentou o desafio de guardar acesa a chama da presença da Congregação em Terra brasileira, atuando em Itapevi como vigário da Igreja de São Judas Tadeu, o santo dos impossíveis, superando desconfianças e dificuldades de toda sorte. No ano de 1983, quando o saudoso Pe. Romeo faleceu, passando o bastão a seus sucessores, a missão Sagrada Família no Brasil era uma realidade bem estabelecida. Ela tinha uns dez Religiosos espalhados em várias paróquias das dioceses de Osasco e Marília e um seminário em Itapevi. Contava também com a presença das coirmãs, as Religiosas da Sagrada Família de Comonte, cuja obra tinha florescida de uma forma extraordinária desde sua chegada ao Brasil no 1965, seguindo o rastro aberto pelos Padres. A Congregação, comemorando estas primeiras bodas de ouro de sua missão no Brasil, tem os olhos fitos com plena confiança num futuro bem promissor e agradece de todo coração ao Senhor da história, que realiza seus altos desígnios por caminhos de forma imprevisível e sempre admirável. No mesmo tempo homenageia justamente o Pe. Leonardo Cusatis e o Pe. Romeo Mecca, que foram instrumentos dóceis e generosos deste projeto em prol de uma terra em que o socorro prestativo e maternal da Bem-aventurada Paula Elizabete Cerioli se revelou na verdade prodigiosa benção divina para com as multidões de crianças e jovens desamparados.