logo 128

São Pedro e São Paulo, Apóstolos . Solenidade
 
Evangelho - Mt 16,13-19
 
Naquele tempo:
13Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe
e ali perguntou aos seus discípulos:
"Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?"
14Eles responderam:
"Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias;
Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas".
15Então Jesus lhes perguntou:
"E vós, quem dizeis que eu sou?"
16Simão Pedro respondeu:
"Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo".
17Respondendo, Jesus lhe disse:
"Feliz es tu, Simão, filho de Jonas,
porque não foi um ser humano que te revelou isso,
mas o meu Pai que está no céu.
18Por isso eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra construirei a minha Igreja,
e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.
19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus:
tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus;
tudo o que tu desligares na terra 
será desligado nos céus".
Palavra da Salvação.
 Reflexão
 
Mt 16,13-19
Hoje festejamos duas colunas da Igreja primitiva (Gal 2,9): São Pedro e São Paulo. Essa Solenidade é uma oportunidade para refletir sobre a fraqueza humana e a grandeza de Deus. Vejamos mais de perto quem foram São Pedro e São Paulo. Pedro era um pescador (Lc 5,4-5): os horários “irregulares” dessa atividade não permitiam de participar da vida da sinagoga, portanto o pescador era considerado “impuro”. Depois de tornar-se um dos doze, Pedro queria desviar Jesus do caminho da cruz (Mc 8,31-33), não queria que Jesus lhe lavasse os pés (Jo 13,6-8), durante a Paixão chegou a renegar o Senhor por três vezes (Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Lc 22,54-62) e pensava que a violência fosse a solução melhor (Jo 18,10). Jesus, porém consagrou Pedro como pedra e alicerce da Igreja nascente e lhe entregou as chaves do Reino dos céus (Mt 16,19). E Pedro, se deixará encher pelo amor de Deus (Jo 21,15-19), chegando a doar a própria vida pelo Reino de Deus. Vejamos agora São Paulo. Ele era um judeu da tribo de Benjamin, “quanto à Lei, fariseu” (Fil 3,5), “quanto ao zelo, perseguidor da Igreja” (Fil 3,6; Gal 1,13-14; At 8,3) e o seu objetivo era encadear todos os cristãos de Damasco para conduzi-los a Jerusalém (At 9,1-2). Deus, porém revirou a sua vida e Paulo se tornou o “Apóstolo dos Gentios” (At 22,6-21; Gal 1,15-17), levando o ensinamento de Jesus para os pagãos e coroando a sua vida com o martírio (2Tm 4,6). Resumindo: Jesus chamou um pescador violento para fundar a Igreja e um judeu perseguidor da Igreja para difundi-la: possível que Jesus errou chamando as pessoas menos adequadas? Possível que não existiam pessoas melhores do que eles? “Deus vê não como o homem vê, porque o homem toma em consideração a aparência, mas (o Senhor) olha o coração” (1Sam 16,7b). Jesus sabia muito bem os talentos e os defeitos de ambos, mas o desenho sobre eles era muito mais importante. Quando Deus chama uma pessoa, não olha a beleza, o físico, a sabedoria, a riqueza, a nacionalidade, mas simplesmente o coração. Hoje o mundo olha somente a aparência ditando as regras para ser perfeito de fora, esquecendo-se totalmente do interior. Para Deus uma pessoa não é importante porque é rica, tem quatro carros e é dono de duas empresas, mas é importante porque é uma pessoa humana. Quem teria apostado um centavo em Pedro? Jesus “apostou” a Igreja inteira. Para sentir-se realizados não precisa ganhar muito dinheiro, trabalhar na TV ou jogar no Corinthians, mas como fez São Paulo dizer: “[...] quando eu me sinto fraco, é então que sou forte” (2Cor 12,10). Quando eu aceito que sou somente uma pessoa humana e preciso da ajuda de Deus, então descubro o “segredo” da verdadeira força. Por acaso São João Paulo II, a bem-aventurada Teresa de Calcutá ou Santa Paula Elisabete, teriam feito aquilo que fizeram sem a ajuda de Deus? È Deus a nossa força, é Deus a nossa “gasolina”, é Deus a nossa “bússola”. Portanto qualquer pessoa é preciosa, porque qualquer pessoa há uma missão recebida por Deus, até o último dos moradores de rua. Não existe uma vida que é mais valiosa do que a outra, porque todos são amados na mesma maneira por Deus. Se eu começo a confiar verdadeiramente em Deus, verei as maravilhas de Deus na minha vida, a força divina agirá em mim e será possível ver com os olhos de Deus e amar com o coração d’Ele. Não existem melhores e piores; só existem filhos de Deus chamados a realizar a própria vida no amor. A sua vida parece uma “bagunça” sem saída? Imagine os sentimentos de Pedro depois de ter renegado Jesus por três vezes... Foi suficiente reconhecer a necessidade do amor e do perdão de Deus para tornar-se o primeiro papa da Igreja. Para você é a mesma coisa. Comece a reconhecer-se fraco e se tornará capaz de realizar coisas maravilhosas, porque Deus será a sua força.