logo 128

JOÂO 6,24-35
 
Naquele tempo,quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
 
REFLEXÃO
 
Jesus lhes disse: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede» (Jo 6,35). Estas palavras de Jesus podem aparecer um pouco “estranhas” porque é absolutamente normal ter fome e sede. A palavra de Deus, porém, há sempre um significado mais profundo. Existem na vida do homem uma fome e uma sede que não sejam “materiais”? Uma fome e uma sede que não podem ser saciadas com nenhuma comida e bebida? Todo homem/mulher tem uma fome/sede dentro de si; um desejo de algo mais. Mas essa fome/sede não se manifesta pelos dores de barriga ou pela garganta seca. Essa fome/sede se manifesta pelas perguntas existenciais. De onde eu venho? Para onde eu vou? Tem alguma coisa depois da morte? Qual é o sentido da vida? Deus existe? O “infinito” é somente uma ilusão? Estas perguntas são tão “barulhentas” que algumas pessoas, não achando a resposta, chegam até o suicídio para fugir delas. Hoje quero tentar com a ajuda da Palavra de Deus de achar a resposta. Por primeiro vejamos se “o mundo” pode nos ajudar. “O mundo” nos propõe muitas coisas para que nós possamos ser felizes e matar essa fome/sede “espiritual”: o sucesso, o poder, o dinheiro, os divertimentos... “O mundo” nos diz: «Mais experiências=mais felicidade». Vamos ver se o mundo tem razão. O sucesso pode durar até muitos anos, mas não é eterno. Um jogador de futebol quando chega a 35/40 anos não pode mais continuar a jogar e quem trabalha na TV acaba ser substituído por alguém mais jovem. Há pessoas que ficam loucas porque perdem a notoriedade e não conseguem mais recuperá-la. Portanto, o sucesso parece dar-te tudo, mas chega um momento em que tudo isso se dissolve. O poder. Para chegar à cadeira mais importante, seja no trabalho, na política ou em qualquer outro sector, é preciso fazer alguns compromissos e sempre surgirá alguém cujo desejo será sentar-se no meu lugar. Portanto quando você chegar ao poder, automaticamente começam as lutas para mantê-lo e a felicidade tanto esperada se torna um espectro. O dinheiro. È incrível como inúmeras pessoas perdem a saúde para acumular dinheiro e depois perdem tudo o dinheiro para recuperar a saúde. Dinheiro=felicidade é uma grande mentira porque mais você tem e mais você deseja ter e este mecanismo acaba para “devorar” a saúde, a mente e a vida das pessoas. Os divertimentos. Sobretudo para os jovens os divertimentos são uma grande ilusão. Eu também quando tinha 18-20 anos pensava que a coisa melhor fosse divertir-se e deixar de lado as grandes questões da vida. Mas quando você chega a 25-30 anos e descobre que você é velho demais para ir às discotecas e olhando para a sua vida toma consciência de não ter construído nada, só existe uma possibilidade: a depressão. Há inúmeros jovens que não sabem o que fazer da própria vida porque, entorpecidos pelos divertimentos, nunca se perguntaram seriamente: “O que devo fazer da minha vida?”. O mundo oferece muitas coisas, mas nada de tudo isso consegue matar aquela fome/sede de algo mais. Vejamos agora a “proposta” de Deus. A Palavra de Deus nos diz que o homem e a mulher vêm do Amor (Gn 1,27; 2,7-8.21-23), são eles mesmos amor (Gn 2,24), se realizam no amor (Jo 13,34; 15,13) e no final voltam para o Amor (1Cor 15,28). Quando eu decido de abrir o meu coração e deixar entrar essa força, esse amor, esse Deus, o amor se torna o meu oxigênio, me transforma, me renova e compreendo que eu sou feito para isso. Mas é possível fazer tudo isso? Jesus em pessoa responde: «A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou» (Jo 6,29). Querido amigo/a comece a viver a S. Missa como um encontro e a oração como um diálogo e o seu coração começará a “pular” porque você haverá descoberto a fonte de água viva (Jo 4,13-14), mas, sobretudo a resposta a todas as perguntas mais profundas e complicadas sobre a vida. A resposta existe, está perto de nós e só precisa ter a vontade de agarrá-la.